quarta-feira, 16 de junho de 2010

Casebre

Queria eu, meu lar fosse um casebre
Uma casa campestre no meio do mato
queria eu fosse só eu
sem problemas, nem soluções
só eu, sozinho
eu com meus botões

Uma casa solitária seria, confesso
Sem vizinhos, sem convidados,
Mas da solidão vem a saudade
Que oblitera o coração
Queria eu, meu lar fosse lá
Só pelo prazer que seria
Ter vontade de voltar

Pedro Vargas

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A vida está nos olhos de quem vê

Já vivi vidas mil
Já sorri
Já chorei
Hoje vejo a vida
De outros olhos
Outros modos
Outros rumos
Meu anseio de gritar
Se faz deveras produtivo
Todo grito sem sentido
E toda voz arranhada e rouca
Tiveram, afinal, motivo
E desse grito fez-se canto
E desse canto faz-se vida
Todo santo dia
E essa vida não é à toa
Se fosse à toa
A energia envolvida
De nada valeria
Pois nesse ciclo solto, louco,
Da vida
Nada se perde, nem nada se cria
Tudo se transforma
Em poesia.


Pedro Vargas