Meu pensamento meio torpe, bêbado, me impede de mentir. Não que eu minta, minhas verdades é que ficam ainda mais sinceras quando bebo.
- Gostosa - eu falo.
-Que?
- Gostosa - repito enquanto aperto aquela bunda enorme.
Fico pensando se não fui com muita sede ao pote. Mas ela gosta. Tanto que morde os lábios. Mas é mesmo uma gostosa, pra que que eu vou mentir? Gostosa gostosa gostosa.
Então eu provoco: finjo que beijo, mas não vou, puxo seus cabelos, lambo-lhe a orelha. Ela gosta. E morde os lábios de novo. Deve ter visto que eu gostei daquilo.
Sua beleza Renascentista me encanta. Seus seios fartos, bunda colossal, coxas pra ninguém botar defeito. Sua beleza carnal não diminui a beleza da face macia e escultural. É como uma típica escultura clássica.
Ela parece estar meio tonta também. Vai ver por isso faz essa cara de desejo, não devo ser tão gostoso assim. Quero levá-la pra casa, infelizmente ela recusa
- É muito cedo pra gente fazer isso - ela diz
Muito cedo é o caralho, eu penso, mas não sou tão sincero assim.
Ela tem que ir. Chama o taxi e vai. Meu caminho é longo. Saio dos arcos, vou pra cinelândia. De lá pego a Rio Branco. Viro na carioca, ando mais um pouco, e finalmente chego na praça XV. De madrugada não tem mais barcas, tinha me esquecido. Então vou até o ponto do 100. Ponho meus pés no ônibus e apanho o aparelho celular do bolso.
- Já chegou? - Claro que já chegou. Da lapa até a tijuca é um pulo, principalmente de taxi.
- Já. Acabei de sair do banho.
- Ah, tá. Depois a gente se fala então. Beijo. - e desligo.
"Acabei de sair do banho". Pra que dizer isso? Pra eu imaginá-la nua? Se foi por isso, conseguiu. Gostosa demais.
Da praça XV até o terminal em niterói não dá nem meia hora de madrugada. Penso em dormir. Melhor não, não quero perder nem um minuto da sua nudez gratuita na minha mente suja. Niterói chega num piscar de olhos. Tenho que ir a pé do terminal até em casa. Não é muito, mas eu estou cansado. Queria pegar um taxi, mas é melhor poupar dinheiro. "acabei de sair do banho". Gostosa, fez isso só pra me provocar. No meio da Amaral Peixoto paro e mijo. Geralmente espero chegar em casa, mas a vontade é grande. Não dá pra segurar. Sigo meu caminho pensando nela saindo do banho nua, molhada, atendendo meu telefonema. Gostosa.
Chego em casa quando está amanhecendo. Deito, durmo com a mesma roupa suja da noite, não ligo. O sono ganha de mim. Lembro da música do cazuza. O mundo inteiro acordando e eu indo dormir. Quando acordar eu tomo banho. "acabei de sair do banho". É com isso que sonho a manhã inteira. Acordo à uma da tarde pensando se não falei verdades demais noite passada. Melhor ligar pra ela de novo. Quem sabe não dou a mesma sorte de ontem.
-Alô?
- E aí vai fazer o que hoje?
Pedro Vargas
Perdoem-me os erros de português, que com certeza existem graças às novas regras de gramática que eu não aprendi ainda. Na proxima vez não ponho acento nenhum também!
3 comentários:
Forte e intrigante seu texto! Espero que tenha sorte com a "Gostosa" hehehe
Meu bem...saudade de tu, preto!
Como é que vai ser naquela cidade cinza, que apesar de ter lapa, não tem arcos e nem dedeco?!
Muito legal seu blog...
e suas postagens seempre com a sua cara!
Parabéns pela criatividade!
Acho que ela não acaba nunca! (assim espero.)
Só pra nao perder o costume: Suvaco de Macaco!
Adorooo²
;*
Fenomenal!
Realmente, incrível o texto...
E o blog! Adorei sua escrita!
Seu comentário valeu mais pela descoberta de seu blog do que pelo elogio! Hahahahah (mas, de qualquer forma, obrigada! sempre será bem-vindo! ;)
Beijos e parabéns!
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