No escuro de uma falange, faringe
Laringe, sei lá
Sozinha
Chora canção sem som
Pois se faz necessário sê-la
Para cantá-la
Sozinha
Quer sair e ganhar o mundo
Num grito rasgado
Mas é sempre isso
Uma boca fechada
Calada
Sozinha
Tateia, no escuro,
As cordas vocais,
Sua lira, nas horas de melancolia
De que adianta ser voz
E linda voz
Se o dono não fala?
Pedro Vargas