Viu a si mesmo
e achou-se lindo.
Tão singular,
O reflexo que via
Ardia-lhe os olhos.
Ardiloso, apaixonou-se pelo eu
Que havia-se ali.
Lindo, lia, nos seus
Próprios olhos, o infinito
E bastava-se.
Postava-se diante
De um si mesmo
Que se descobrira,
Tão por acaso.
Sorria riso alto e rasante,
Um amor como nunca tivera
Também pudera,
Quem chegaria aos pés
De tamanha beleza
Estonteante?
Mas antes mesmo de beijar-se
Caiu em si
E afogou-se no ego
Do rio prateado
Envidraçado.
Os cacos que sobraram
Jamais se juntaram
Tamanho o estado
Da desgraça de Narciso
Que olhou no espelho
Viu a si mesmo
E achou-se lindo
Pedro Vargas
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