Encontrar-te, assim assim
Mais pra lá do que pra cá
Com um homem a beijar-te
A boca
Eu que sempre fiz
O tipo intelectual
Achei que, por um triz,
Iria te conquistar
Com poemas de amor
E brincar o carnaval
Acabei por me dar mal
Quando fui interpretar
A louca
Vi-me, mulher, então
Sozinha na multidão
Fazendo encenação
De quem tanto fez fingir
Que o amor resolveu partir
Mas na verdade ele está lá
Sempre pulsante no coração
Sempre incessante na pulsação
Tão complicado de entender
Tão machucado ao receber
Um não
Pedro Vargas
2 comentários:
De vez em quando, quando entro no blog do Deco, lembro que você escreve.
Bonito poema!
"Vi-me, mulher, então"
Evite tanto sofrimento, meu caro. rsrs :P
Beijão!
Maravilhoso.Poema conciso e com linguagem objetiva,margem interpretativa ampla e simples.Como esperado,acho que estamos virando monstros.
Postar um comentário