segunda-feira, 5 de abril de 2010

Quando a gente se vê
A remoer as lembranças mais distantes
Do fundo do Cocuruto

Quando a gente escuta
A gente mesmo falando nomes
Falando coisas
Só pela leveza que dá
Lembrar

Quando a gente se sente
Chover no molhado
Quando a gente se cheira
E só sente o nariz
Escorrendo
De lágrima, de choro
De catarro

Quando tudo é tão óbvio
Que dá raiva
Que se mata
De alegria
Com a leve brisa
Que trouxe o que há de bom
De volta
De supetão
É tão bom
É sublime
É suave
É verdade
É saudade


Pedro Vargas

3 comentários:

Sylvia Araujo disse...

É afago no fundo do peito, cheirando à retrato retido na fonte...

Saudade dói às vezes, mas às vezes é bom sentir.

Adoro o nome do teu blog!

Obrigada pelo carinho com as minhas letras.

Meubeijopravocê

Metamorfose. disse...

Muito bom suas poesias. Livres de qualquer regra ou etiqueta.

Adorei.Passo a seguir-te agora.

Bruno disse...

"Deixa
Desaguar tempestade
Inundar a cidade
Porque arde um sol dentro de nós(...)"
Não sei porque, logo não me pergunte, mas lembrei desta letra quando li sua poesia...
Como você está, quanto tempo... Andei meio sumido, a químcia na minha cabeça, mas de vez em quando ainda dava uma olhada por aqui ^^

Abssssssssss