terça-feira, 28 de maio de 2013

Temporal

O tempo passa
E observa
A selva de pedras
Pela janela
De um lotação
Lotado

Coitado,
Foi terceirizado!
Desempregado
Vende bala
Mas não se abala

Segura o balaústre
E, ilustre,
Propagandeia:
Balas sabor artrite
Guloseimas de lembrança
Pirulitos de saudade
Quebra-queixos
Choques de realidade

Preterido,
O tempo se treme
E teme
O frio de se tornar
Pretérito

Trocado, lamenta,
Por uns trocados
Passa maus bocados
Aos trapos
Num canto
Da Central do Brasil

Pedro Vargas

2 comentários:

Unknown disse...

Já te disse o quanto amei esse poema?

Renan Coelho disse...

Viva bossa-sa-sa! Viva palhoça-ça-ça-ça-ça!