E disse o destino que seria ela sereia
Tão menina, ainda.
Tanto acreditou que nadou, nadou
E nada
Pobrezinha
Cresceu descadeirada
De tanto nadar e não dar em nada
Com o corpo jogado na praia
Como areia, se viu que sorria
Que servia ser só moça
Que ser peixe
É salgado demasiado
Que ser, então?
Ei-la aí a pergunta
Que não cala.
Eis que a reles menina
Desatina a gargalhar
Ser ou não ser sereia?
Ou engolida por baleia?
Ou engolir uma bala?
Ou embalar uma valsa
No meio do fundo do mar?
"Serei eu o que quiser"
Disse ela em tom de desafio
"Se o destino disser: serás isso!
Aí é que serei justamento o contrário
Por puro gosto em ver
A cara de paspalho
Que o destino tem quando se irrita"
E foi nessa desdita que deixou pra trás
A menina, a sereia, ou ilusão qualquer
Para tornar-se mulher
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