Sair e ver o mar
Na companhia de uma criança
É ter respaldo de infância
Pra se esparramar
Não carece licença
Para se erguer castelos na areia,
Todo um reinado em tons de bege,
Frágeis como a própria vida,
Desmoronarão na primeira maré
Sentir no rosto o sal da maresia
Ouvir os mares guardados na concha
(um oceano à parte)
Furar as ondas, pegar jacaré
Só sair da água quando enrugarem os dedos
E secar o corpo com a ventania
Que a arrepia até os cotovelos
Se abrigar do Sol em um coqueiro
Se refrescar tomando picolé
Mas o que é bom se passa tão depressa
E o Sol se põe fadando, à tarde, um fim
Como a infância que jaz na memória,
esquecida no trajeto da História,
E só uma criança brincalhona
Sem nenhuma cerimônia
Traria à tona, de dentro de mim
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