Seus olhos frágeis, pálidos, lindos, me impressionavam. Pareciam as chamas trêmulas de duas pequenas velas na escuridão.
Seus olhos.. por que tão medrosos? por que tão tímidos?
Eram lindos, de fato. Castanhos, enormes. Via o meu reflexo dentro deles como se num espelho. Sentí-me bem com tais câmeras me fotografando, analisando-me de cima para baixo.
Eram lindos, de fato. Mas eram trêmulos, inocentes. Sentí-me Deus ao prender a atenção daqueles olhos lindos. Sentí-me Deus
Olhos como aqueles eu nunca mais veria, mas nem de perto precisaria vê-los novamente. Guardei na memória aquela imagem, como numa pintura.
Seus olhos frágeis como chamas trêmulas, pálidos como o fogo das chamas trêmulas, castanhos como os meus. Eram lindos, de fato.
Pedro Vargas